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#minhaprimeiratransfobia - viviane v.

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A campanha #minhaprimeiratransfobia pretende, nesta semana da Visibilidade Trans, dar destaque às diversas formas de violência que atravessam vivências trans travestis, especialmente durante infâncias e adolescências e processos de transição.

Estou compartilhando, aqui no Transfeminismo, pequeno texto que fiz em meu perfil pessoal, para ampliarmos os diálogos sobre estas violências e, assim, construirmos maneiras de enfrentá-las e resistir a elas coletivamente. Acredito que quebrar este silêncio sobre as violências transfóbicas pode colaborar para que outras pessoas trans travestis conversem, processem melhor e enfrentem tais agressões de maneiras mais efetivas. Que denunciemos cada vez mais as violências do cistema!

Durante esta semana de visibilidade trans, teremos várias publicações relacionadas a identidades de gênero e questões trans, aqui no Transfeminismo e em vários outros espaços de luta conjunta… seguimos! <3

Muitas beijas, e que a crescente visibilidade trans travesti seja construída para processos coletivos de resistência, e não para o reforço de meritocracias e individualismos.

viviane v.

“#minhaprimeiratransfobia

Hoje, entendo que o ‘primeiro’ processo transfóbico+cissexista por que passei foram os silêncios daqueles anos em que se identificar enquanto mulher e enquanto travesti se situavam entre a impossibilidade, a culpa e a vergonha.

Não é que eu tenha ‘nascido’ nem uma coisa nem outra, necessariamente: precisamos nos descolonizar de tais ciências e religiões cis-, branco-, cristã-supremacistas que nos batizam violentamente.

E não é nem que a impossibilidade, a culpa e vergonha não mais existam em mim: isso inda acontece em alta. Eram os silêncios que me agoniavam toda, em particular naqueles momentos adolescentes.

Minha primeira transfobia, enfim, esteve no silêncio que tenta nos apagar, em identidades e expressões de gênero, até mesmo por dentro de nós. Para que a mulher trans e a travesti existam sempre na terceira pessoa do ridículo e do genocídio.

É preciso que nos organizemos sempre, para retomar nossas autonomias e integridades das violências cotidianas. Se precisaremos da violência para cumprir tais objetivos? São os cistemas que definirão as estratégias e reparações necessárias.”

Written by viviane v

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