Tendo em vista algumas perguntas relacionadas e a mistura que ocorre em relação a mim e ao Transfeminismo (do qual também sou culpada por nunca ter deixado explicito nesse blog), decidi criar uma espécie de Disclaimer ou “Isenção de Responsabilidade” sobre o conteúdo e xs autorxs desse blog.
Uma vez que o blog praticamente só era administrado e atualizado com meus próprios textos, decidi também convidar diretamente duas outras pessoas para fazerem parte do blog.
Dou boas-vindas à Leda Ferreira e Bia Pagliarini Bagagli ao Transfeminismo. Ambas farão parte da administração e produção de conteúdo do blog.
O conteúdo também será revisado a partir de agora pelas mesmas, além de mim. O ideal é que haja mais pessoas fixas para realizar a revisão do conteúdo do blog. Estamos trabalhando em uma espécie de Linha Editorial para submissão de textos na qual todos os textos estarão sujeitos.
É importante lembrar também que a maioria dos assuntos expostos no blog (administrativos ou teórico-ativistas) são colocados para debate na comunidade do Transfeminismo no Facebook (http://www.facebook.com/groups/transfeminismo/).
Isenção de Responsabilidade:
Considerando a grande quantidade de diferentes discursos/práticas/experiências vivenciadas por pessoas trans*, este blog e autorxs entendem que nenhum discurso é universal. Todo discurso que se quer universal automaticamente se torna violento por forçar uma definição padrão a um conjunto de sujeitos com base em uma suposta universalidade identitária.
Nas palavras de um dos membros do TF, Nicholas Rizzaro:
“(…) o problema é que qualquer pessoa que se proponha a ser a voz universal de um conjunto de outras pessoas - a voz una de um movimento, de um grupo, de uma população toda - vai estar cometendo uma violência absurda contra qualquer sujeito que faça parte de tal população e não se encaixe na mesma narrativa específica (…) As experiências trans e as demandas trans variam, sim - o ponto de convergência e que realmente importa é que TOD@S DEVEM TER ACESSO ao que precisam para poderem desfrutar de vidas plenas e dignas. Ponto.”
Dessa forma, não temos objetivo de falar por todas as pessoas trans*. No entanto, acreditamos que o ponto de convergência, além do citado por Nicholas Rizzaro, também incorpora o fim da discriminação cissexista/transfóbica e a luta por uma vida mais digna/humana para todas as pessoas trans*.
Assim, o conteúdo aqui exposto é fruto de nossas experiências como sujeitos trans* somado a uma pequena carga teórico-ativista que objetiva também romper com estereótipos. Como sujeitos trans*, compartilhamos nossa própria experiência e visão sobre as diferentes demandas ativistas trans*, bem como a(s) discriminação(cões) sofridas por nós e por outra(s) pessoa(s) trans*.
Todavia, não podemos ignorar as diferentes posições, demandas e experiências de diferentes pessoas trans*, até por levar-se em conta a interseccionalidade de outros elementos identitários marginalizados como raça, espaço geográfico, condição social financeira, deficiências* físicas e afins.
Por fim, convém dizer que o discurso empregado nesse blog configura um tipo de ativismo ou teoria com base no que se convencionou chamar de transfeminismo, porém mesmo dentro do chamado transfeminismo existem diferentes posições e discursos que podem se aproximar ou não do conteúdo do blog. Geralmente, o conteúdo é produzido com base em um conjunto de teorias e discursos que configuram o “nosso” transfeminismo, como por exemplo, o próprio feminismo, teoria queer, estudos de gênero, elementos de teorias sociais, linguística, teorias da linguagem, etc.
*Estamos cientes que termo deficiência é um termo que soa discriminatório, pois uma pessoa só é “deficiente” se considerarmos que as outras são “eficientes” em seus corpos, sendo tal “eficiência” uma norma social padrão.
*Esse texto configura uma espécie de “guia” para mapear o que o blog propõe e quais são os conteúdos relacionados, ainda que não seja objetivo. Como relatado, estamos trabalhando em uma Linha Editorial para mapear objetivamente o conteúdo do blog.
Posso perguntar porque você escreveu deficiências físicas? Considerando o preconceito maior contra deficiências mentais e psicológicas não havia a necessidade de apaga-las sendo especifico escrevendo físico, era desnecessário.
Gostei de saber das novidades, gosto muito deste blog.
Na verdade eu fiquei na dúvida se colocava todas ou se deixava só deficiência como exemplo, ou se não colocava nada. A bem da verdade eu não gosto do termo deficiência no geral. Mas você está corretx talvez fosse melhor escrever só deficiência no geral.