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“Ainda que…” EU SOU HOMEM

Texto de Eli Prado. Publicado originalmente em 28/06/2017, em seu perfil pessoal no Facebook.

Ainda que a minha voz seja aguda, eu sou homem.
Ainda que o meu cabelo seja comprido e meu rosto (coberto de espinhas, inclusive) seja estreito, eu sou homem.
Ainda que às vezes minha cintura e meu peito marquem na roupa que eu uso, eu sou homem.
Aliás, ainda que eu usasse roupas justas ou vestidos e saias, eu continuo sendo homem.
Se eu não tenho pudor em falar sobre buceta e menstruação, eu ainda sou um homem.
Se eu me relacionasse só com mulheres, só com homens ou com todos os gêneros, eu sigo sendo homem.
Se eu não tenho intenção de fazer mastectomia ou ainda que eu não tivesse intenção de me hormonizar, EU AINDA SOU HOMEM.

A sociedade tenta botar umas coisas idiotas na nossa cabeça. Porque “ah, se você fizer tais e tais coisas vai ser um homem e se fizer isso e aquilo vai ser mulher”. Não existe padrão de ser, não existe padrão pra existir. Só o que [devia] ser supervalorizado é o autoconhecimento e não essa pira de estereótipos de feminilidade e masculinidade.

(essa é a lista de coisas que eu, hoje, tenho maturidade pra compreender e provavelmente não teria anos atrás, caso tivesse me compreendido homem trans não binário antes)

Obs.: ter uma compreensão plena de que não são estereótipos que definem meu gênero não exclui o fato de que viver em sociedade pode causar um baita sofrimento psicológico por não se adequar a esses padrões.

#DiaInternacionaldoOrgulhoLGBT #OrgulhoLGBTQIAP+

Imagem concedida pelo autor.

Written by Beatriz