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“Organização Mundial de Saúde (OMS): A transexualidade não é uma doença mental.
”

Há uma petição no change.org pedindo o fim da patologização das identidades trans* pela OMS.

Agradeço Sabrina Alves e Sueli Guarani Kaywoá pela tradução e revisão.

A petição pode ser vista aqui.

Organização Mundial de Saúde (OMS): A transexualidade não é uma doença mental.


Petição por 
Carla Antonelli

Madri, Espanha

Eu não estou doente. Na verdade, estou ótima!


Contudo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) insiste em dizer que sim. A transexualidade segue fazendo parte da lista de doenças mentais da OMS. Considerar as pessoas transexuais como doentes mentais só serve para contribuir com a discriminação. Por isso, são muitos os países que vem pedindo a OMS que a tire da lista. Incluíndo o Parlamento Europeu que aprovou em setembro de 2011 uma resolução pedindo que a OMS deixasse de considerar a transexualidade como uma doença.

A OMS está revisando esta classificação. Portanto, este é o momento que devemos dizer em alto e bom som: nós transexuais não somos doentes. Como aconteceu com a homosexualidade que saiu dessa lista em 1990, agora é o momento de se deixar de estigmatizar as pessoas transexuais.

Isso não implica que sejamos excluídos do sistema de saúde: as mulheres grávidas não estão doentes, e há um protocolo e assistência de saúde para elas.

Em 20 de outubro se celebra o Dia Internacional da Ação pela DespatologizaçãoTrans*.

Assine essa petição e peça à Organização Mundial de Saúde que deixe de considerar a nós, pessoas Transexuais, como doentes mentais. 
Essa petição tem iniciativa da FELGTB (Federación estatal de lesbianas, gays, transexuales y bisexuales) da Espanha, e é apenas um grão de areia em prol do longo trabalho pela despatologização Trans* realizada por muitas organizações internacionais.

Pessoas em muitos outros países criaram petições para apoiar esta campanha e estão contribuindo com assinaturas para alcançar este objetivo.

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Algumas modificações e avisos

Tendo em vista algumas perguntas relacionadas e a mistura que ocorre em relação a mim e ao Transfeminismo (do qual também sou culpada por nunca ter deixado explicito nesse blog), decidi criar uma espécie de Disclaimer ou “Isenção de Responsabilidade” sobre o conteúdo e xs autorxs desse blog.

Uma vez que o blog praticamente só era administrado e atualizado com meus próprios textos, decidi também convidar diretamente duas outras pessoas para fazerem parte do blog.

Dou boas-vindas à Leda Ferreira e Bia Pagliarini Bagagli ao Transfeminismo. Ambas farão parte da administração e produção de conteúdo do blog.

O conteúdo também será revisado a partir de agora pelas mesmas, além de mim. O ideal é que haja mais pessoas fixas para realizar a revisão do conteúdo do blog. Estamos trabalhando em uma espécie de Linha Editorial para submissão de textos na qual todos os textos estarão sujeitos.

É importante lembrar também que a maioria dos assuntos expostos no blog (administrativos ou teórico-ativistas) são colocados para debate na comunidade do Transfeminismo no Facebook (http://www.facebook.com/groups/transfeminismo/).

Isenção de Responsabilidade:

Considerando a grande quantidade de diferentes discursos/práticas/experiências vivenciadas por pessoas trans*, este blog e autorxs entendem que nenhum discurso é universal. Todo discurso que se quer universal automaticamente se torna violento por forçar uma definição padrão a um conjunto de sujeitos com base em uma suposta universalidade identitária.

Nas palavras de um dos membros do TF, Nicholas Rizzaro:

“(…) o problema é que qualquer pessoa que se proponha a ser a voz universal de um conjunto de outras pessoas - a voz una de um movimento, de um grupo, de uma população toda - vai estar cometendo uma violência absurda contra qualquer sujeito que faça parte de tal população e não se encaixe na mesma narrativa específica (…) As experiências trans e as demandas trans variam, sim - o ponto de convergência e que realmente importa é que TOD@S DEVEM TER ACESSO ao que precisam para poderem desfrutar de vidas plenas e dignas. Ponto.”

Dessa forma, não temos objetivo de falar por todas as pessoas trans*. No entanto, acreditamos que o ponto de convergência, além do citado por Nicholas Rizzaro, também incorpora o fim da discriminação cissexista/transfóbica e a luta por uma vida mais digna/humana para todas as pessoas trans*.

Assim, o conteúdo aqui exposto é fruto de nossas experiências como sujeitos trans* somado a uma pequena carga teórico-ativista que objetiva também romper com estereótipos. Como sujeitos trans*, compartilhamos nossa própria experiência e visão sobre as diferentes demandas ativistas trans*, bem como a(s) discriminação(cões) sofridas por nós e por outra(s) pessoa(s) trans*.

Todavia, não podemos ignorar as diferentes posições, demandas e experiências de diferentes pessoas trans*, até por levar-se em conta a interseccionalidade de outros elementos identitários marginalizados como raça, espaço geográfico, condição social financeira, deficiências* físicas e afins.

Por fim, convém dizer que o discurso empregado nesse blog configura um tipo de ativismo ou teoria com base no que se convencionou chamar de transfeminismo, porém mesmo dentro do chamado transfeminismo existem diferentes posições e discursos que podem se aproximar ou não do conteúdo do blog. Geralmente, o conteúdo é produzido com base em um conjunto de teorias e discursos que configuram o “nosso” transfeminismo, como por exemplo, o próprio feminismo, teoria queer, estudos de gênero, elementos de teorias sociais, linguística, teorias da linguagem, etc.

*Estamos cientes que termo deficiência é um termo que soa discriminatório, pois uma pessoa só é “deficiente” se considerarmos que as outras são “eficientes” em seus corpos, sendo tal “eficiência” uma norma social padrão.

*Esse texto configura uma espécie de “guia” para mapear o que o blog propõe e quais são os conteúdos relacionados, ainda que não seja objetivo. Como relatado, estamos trabalhando em uma Linha Editorial para mapear objetivamente o conteúdo do blog.

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